domingo, 21 de abril de 2013

Faz mais de um ano desde que eu escrevi aqui pelo última vez. Quando eu ainda estava naquele drama de "oh, não passei no ENEM o que farei da vida?". Lá pra cá tanta coisa mudou. Me lembro de pedir bastante pra sair da "vida teenager" aqui nesse blog e, bem, eu sai. E quer saber? Que saco. Não fui pra cidade que queria. Estou trabalhando, ok. Tenho um ap, ok. Dividido mas, ok, tenho um quarto. Estou fazendo o curso universitário que sempre quis, ok. Quando chego em casa tudo que encontro são 4 paredes e um notebook. Me lembro que já passei épocas sem computador.. Me lembro de quando tinha um pc com 40g de hd... Acho que hj em dia devo ter isso de música. Me lembro de quando ter net velox era luxo. Me lembro de quando ter um grava cd era luxo. ASFGASHFHASGASSAGH NÃO, eu não estou bem humorada, mas é que não pude evitar o tom cômico ao comparar o quão melhor a minha vida está hj pq eu tenho um notebook. E o ap? Quando eu tinha 16, e estava in love, e era um amor proibido, todo mundo sabe por que, eu me encontrava com ela no telhado do Centro de convenções quando não tínhamos a casa de algum amigo disponível pra nos vermos. Nós simplesmente escalávamos a grade e subíamos lá. Tínhamos que ficar deitadas pros guardas não nos verem! :D E beijar doía o pescoço! Olha que bonitinho! O fato é que eu ficava imaginando como deveria ser legal morar só e não ter que dar satisfações sobre quem você leva pra casa, convidar seus amigos, dar festas e receber quantas namoradas quisesse. Olha só, eu estou morando 'sozinha' numa 'capital' e quando chega sábado a noite... Não tenho um amigo pra convidar para tomar uma cerveja na minha cozinha. Todo dia eu acordo e me vejo presa num daqueles filmes tipo 'Supermercado Rodeo', do qual eu não consigo sair! Simplesmente não consigo! E eu não sei ser só. Depois que eu passei de o patinho feio da escola pra popular da cidade, devo ter ficado acostumada em receber atenção. E agora? Ninguém sabe quem eu sou. Ninguém me dá um abraço sincero. Quando acontece alguma coisa legal (QUANDO ACONTECE), ninguém está lá. Quando acontece uma merda, pior ainda. Passei o meu aniversário completamente só. As pessoas da minha sala fazem festa surpresa pra todos, sempre. No meu dia? No dia que eu tinha sido humilhada e expulsa do ap onde eu morava e estava me sentindo perdida, só e tudo mais... Nada. "Vamos comprar um bolinho pra Luíza, só pra não passar em branco" eles disseram. Uma semana depois lá estava eu com a cara inchada do meu fim de semana de muito choro e tudo que eu recebi foi um muchocho "Eka, feliz aniversário". Bem muchocho, por que eu acho que ninguém teve coragem de se empolgar, ou pelo menos fingir empolgação, diante da minha cara de quem havia acabado de sair de uma caverna após pelos menos um ano dentro. Acordar todos os dias e não ver um rosto familiar. E rostos familiares podem ser refeitos. Me lembro de quando fiquei amiga da Ks. Eu nem fui com a cara dela quando nos conhecemos, no entanto, coisa de meses depois, eu com a minha 'pena podes', não via a hora de ve-la adentrar meu quarto e me fazer companhia durante o meu período 'pena podes'. Ninguém me conhece aqui. Eu não conheço ninguém. O trabalho que consegui, não tem nem uma semana, me oprime e me sufoca. Back to Rodeo. O nome do filme é "Por um sentido na vida". E o sentido da minha vida tem sido único e exclusivamente estudar. Quando foi dar início a esse semestre, como tive vontade de trancar e voltar! Olha só, eu que não queria ficar mais em sobral debaixo da saia da mãinha. Lá estava eu desesperada por isso. Agora? Trabalhando, tão cedo irei lá ve-los. A mãinha vai entregar a casa que a gente viveu por 6 anos. Pra quem sempre foi a nômade dos apartamentos isso é uma eternidade. Ainda mais diante de tudo que eu vivi naquela casa. Vai ser estranho ir lá da próxima vez, sabe-se lá quando, e não encontrar o msm caminho. Ser uma visita dormindo na sala. Trazer todas as minhas roupas que eu sempre deixava mei-lá-mei-cá. É, definitivamente eu sou uma adulta. E ô racinha solitária!